Começando o ano com o pé direito

Nosso Guitarrista saiu na Guitar Player, quem quiser ver sua entrevista entre no link http://guitarplayer.uol.com.br/?area=gpDatabaseDetalhe&id=420
Abraços

POR QUÊ O METALLICA?

A alguns anos venho me fazendo essa pergunta. Sabemos que é a banda naturalmente fenômeno mundial a 30 anos, mas qual seria a justificativa disso? Posso dizer por várias coisas, a sonoridade original, a pegada que definiu o conceito do heavy metal e o que mais? A marca? Os riffs de guitarra? A pegada?

Muita dúvida e pouca resposta, correto? Gosto do Metallica como banda e todo o trabalho realizado, uma referência e não uma máxima, visto que para ser um músico de rock, tocar as musicas e levadas é uma provação, isso pode contaminar seu trabalho e por muitas vezes seu ego.

Uma coisa é certa, não são originais como se pensam, por mais a marca foi furtada do amigo do Lars que mesmo aconselhou do nome sendo uma merda e colocou posteriormente na sua banda, o riffs de guitarra, baixo e bateria possuem uma essencialidade do Black Sabbath, Judas Priest e outras do gênero que despontaram no início da década de 80 em São Francisco, restando tão somente a pegada que podemos dizer que são realmente genuínos no que fazem.

Assim, nestes fatos que acredito naquilo que todos falam, estar na hora certa e no lugar certo lhe torna essencial e infinitamente original como músico.

Naturalmente acho uma boa banda o Metallica, mas curto Megadeth (na formação clássica, Mustaine, Friedman, Menza e Elleferson), não sou do contra, mas se pegarmos técnica, musicalidade e pegada é bem superior diante produções criadas pelo Metallica da década de 90 até agora nos anos 2000, a pena que o Megadeth muda de integrante sempre, colhendo bons frutos também nas suas diversas fases, contudo não esteve na hora certa e no momento certo para tornar-se essencial e infinitamente original como músicos.

Zhivago

Guitarrista dos Patriotas do Rock

FESTIVAIS E CIA.

CAROS.
JÁ FAZEM ALGUNS ANOS QUE ESTAMOS PARTICIPANDO DE FESTIVAIS, O INCRÍVEL É QUE SEMPRE SÃO OS MESMOS QUE GANHAM, O AMIGO DE FULANO, A ESPOSA DO CICRANO ETC.
DECIDIMOS QUE SÓ IREMOS PARTICIPAR DE FESTIVAIS QUE REALMENTE SEJAM SÉRIOS, E DE ROCK AND ROLL, COM EQUIPAMENTOS DE QUALIDADE E QUE SEJAM DEMOCRÁTICOS E NÃO " QUEM INDICA ".
COMEÇAMOS ENTÃO A PENSAR...PUTZ..VAMOS TER QUE IR PRA EUROPA OU E.U.A., CAR............NÃO TEM NENHUM SÉRIO EM NOSSO PAÍS?
O DIGDIM ( PRA NÃO TER QUE ESCREVER FODA )  É QUE NOS ÚLTIMOS 7 ANOS, EXCLUÍMOS UMA PORÇÃO DE FESTIVAIS DA REGIÃO DE MARINGÁ, LONDRINA ETC, DO NOSSO MENU DE FESTIVAIS...E FICA CARO PRA SE LOCOMOVER PARA OUTROS LOCAIS E PAÍSES....INFELIZMENTE, COMO O ROCK É APENAS UM SOBREVIVENTE E NÃO UM ESTILO QUE PREDOMINA EM NOSSO PAÍS, TEMOS A ESPERANÇA DE INTERNET E OUTRAS COISAS, PARA A DIVULGAÇÃO DE NOSSO TRABALHO.
É PROVÁVEL QUE FIQUEMOS MUITO MAIS TEMPO NO ANONIMATO, MAS SOMOS OPERÁRIOS DA MÚSICA, PRODUZIMOS MÚSICA E ROCK AND ROLL, QUEM SABE UM DIA, O ROCK AND ROLL VOLTARÁ A SER UMA FILOSOFIA DE VIDA E NÃO UMA MODINHA DE NOVELITA DE TV OU DE PROPAGANDA DE REFRIGERANTE.

Tocar cover vs. Tocar som autoral

Para ser músico devemos focar a duas coisas fundamentais quando da profissionalização, o caminho mais curto e razoavelmente satisfatório, executando músicas consagradas de outros autores, pois a identificação do público foi devidamente massificada nos meios de comunicação, ou tocar suas próprias canções compostas. Tais caminhos merecem um destaque óbvio, nem todos músicos ou mesmo os que se consideram profissionais da música tem o talento da composição como arte em seu espírito, e o que difere naturalmente dos nobre executantes covers. Não obstante tal critério no Brasil isso é latente e impermeável, pois a escolha de uma das categorias significa tempo, erros e frustrações irremediáveis. Aí eu pergunto: o que é melhor cover ou som autoral no país?

Realmente, fazer os dois juntos seria uma escolha excelente, mas não é bem assim, tocar covers e som autoral juntos consiste na perda da qualidade, pois tudo acaba no nivelamento de interpretação, o músico ornamenta o conteúdo cover de vários autores a uma dinâmica só, prejudicando seu próprio som autoral também. Daí, vem novamente a questão que caminho seria mais apropriado, a resposta é determinada pelos seus valores pessoais para com a música e não você como músico. 

O som cover atual é totalmente incoerente com a sua forma no passado, pois para se aprender música necessita tocar obras de outros artistas, certo? Mas isso não significa que se deve ser uma reprodução idêntica da gravação ou transcrição, todavia encontramos a vassalagem tomando conta dos músicos que tendem a copiar o máximo, como se fosse um espelho na reprodução convincente, gerando uma confusão intencional entre o artista original e o artista cover diante do público. O cover não é interpretação de canções alheias, pois os músicos criativos dão a sua cara e espírito àquilo que já foi criado, compondo arranjos e ornamentos dignos de aplausos no talento de ser músico, sem desvalorizar o artista e a própria composição. A mágoa nesta questão reside que no Brasil não se valoriza o interprete, mas sim o cover como cópia fiel da arte. Esta máxima é a expressão do que o saudoso Emerson Nogueira prega na sua vida cover de arte: "Nada se cria, tudo se copia". É certo isso? Temos que refletir nesta expressão desagradável.

Por outro lado o som autoral, como foi dito anteriormente é o próprio espírito do músico, o fluido condutor da arte em se fazer algo realmente honesto (não porcarias para fazer dinheiro e ter o direito de colocar a carinha na TV e revistas), sem apegos a tendências copistas. Certo é que a música em toda sua estrutura teórica e científica não evoluiu nos últimos 170 anos, mas isso não quer dizer que não se pode fazer arte original e reinventar conforme as mudanças humanas, músicas dignas de bom agrado ao público, a tecnologia é uma condicionante disso na atualidade, mesmo que usada sem fundamento artístico por muita gente. Tocar algo próprio necessita de valorização, e realmente a cultura brasileira não valoriza tal questão, o que leva a cada dia profetizar que o futuro será nebuloso, pois estamos mais consumindo coisas criadas no passado, porque o presente sinceramente não tem nada de autoral, salvo raras exceções. Por causa destas e outras diversas que devemos melhorar como sociedade, reconhecer o trabalho autoral dos músicos, valorizando-os e remunerando-os para não acabarmos importando mais ainda o que nós não conseguimos fazer aqui dentro. 

Fica aí questão colocada, lembrando que não estamos falando de comércio na música, pois isso levaria mais alguns inúmeros posts.

Zhivago

Guitarrista dos Patriotas do Rock